terça-feira, 30 de março de 2010

(continuação)

....estavam vivos e queriam vingança.
mas cleiton,que não era bobo e nem gostava de bobó de camarão sentiu-se mal em saber que
ele estava certo,o tempo todo ele esteve certo sobre o miojo, então decidiu que não
ficaria mais pelo resto de seus dias a frente dum fogão(ele não usava microondas porque
sabia que se fossem de verdade, os invertebrados aos prantos morreriam mais rápido,e
cleiton não desejava isso), se tornaria um ser independente de suas próprias agruras.
Agora ele só tinha mais um trabalho a fazer...
ter certeza de que os outros 623 pacotes que eram a moradia daqueles vermes nojentos e
gostosos.
Ele sabia que iria ser uma tarefa árdua, pois seriam mil oitocentos e sessenta e nove
minutos de espera, todavia Cleiton é um rapaz perseverante mesmo,porém muito inquieto e
ansioso pois apesar de ter 32 anos e 12 dias de idade nunca teve um namorada, e isso
estava começando a incomodá-lo. Ele culpava 'eles' por isso. Mas agora ele estava
começando a se culpar,pois a escolhas de comer era dele. Dele de mais ninguém. Uma a uma foi despindo as embalagens como um compulsivo sexual, em sua lascívia instintiva, despiria uma virgem. Era seu único prazer. Mas também seu maior imbróglio. E a medida que as abria, aquele emaranhado de massa viva serpenteava em agonia ja sabendo que fim teriam, mas, nada obstante, insistiam em subir pelos braços de Cleiton, abrindo caminho pelos pêlos do braço do rapaz e rastejando por aquele corpo estranho, grunindo um som agdo e áspero, implorando por mais uma chance de serem comidos.
E depois de terem todas as embalagens sido abertas, Cleiton relutou por um momento.
Na enorme panela, litros e litros de água já borbulhavam ansiosos para receberem seu banhistas invertebrados, aos prantos.
E nesse exato momento de vacilo, os poucos que rastejavam se tornaram muitos e os muitos envolviam Cleiton como uma amante apaixonada enfurecida, imobilzando-o, sufocando-o - vingança!!- dominando-o e minando todas suas forças por suas ventosas asquerosas. Estavam VIVAS!
Desfalecendo, Cleiton mal sentia sua algoz e amante pelo seu corpo, as forças que lhe restavem só conseguia o manter de pé, de frente para o fogão e a caldeira. "32 anos e 12 dias de idade nunca tive um namorada", pensou Cleiton, recobrando um pouco de sua força e vontade. Ele iria , mas não iria só! Somente 3 minutos. Num ato instintivo se foi em direção ao fogão e despejou toda a água fervente em cima dos vermes, em cima de si prórpio. Cleiton, rapaz gente boa, simpático e acima de tudo inconsequente finalmente, deitado sobre o piso da cozinha, sorriu.

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